FaunaÁguia-cobreira
Nome Comum: Águia-cobreira
Nome Científico: Circaetus gallicus
Família: Accipitridae
Distribuição
No âmbito geográfico podemos encontrar a águia-cobreira na Ásia, em África e na Europa. A abundância ou escassez de répteis é um dos factores que influência a sua existência.
Descrição
A águia-cobreira apresenta uma envergadura de 1,80 cm que lhe confere uma silhueta imponente em voo, facilmente reconhecível. É uma ave planadora. Possui uma altura de 60 a 70 cm e os machos têm um peso entre 1,2 a 2 kg, contrariamente às fêmeas que são mais pesadas, estas pesam entre 1,3 e 2,3 Kg. Durante o voo as suas partes inferiores chamam a atenção por se apresentarem esbranquiçadas, enquanto que, a ponta das asas são escuras e com linhas coloridas. Só a curta distância se consegue observar o azul reluzente dos seus pés e do seu bico. A sua cabeça é grande destacando-se do resto do corpo e os seus olhos são grandes e amarelos. Os jovens apresentam uma tonalidade mais esbatida que os adultos e a sua cabeça é temporariamente branca.
Comportamento
Esta espécie forma casais isolados durante o ano. São animais que migram quando chega o final do Verão para o Norte da África Tropical e voltam quando chega a Primavera para procriarem. Como é uma ave especializada na caça necessita de um amplo território para encontrar o seu alimento. Quando localiza um alvo a capturar a grandes alturas, permanece a planar durante uns momentos. As águias-cobreiras conseguem caçar cobras com 2 m de comprimento. O macho pode-as levar enfiadas no papo até ao ninho e quando lá chega as crias tiram-nas como se fosse uma corda.
Alimentação
A base da sua alimentação são os répteis, principalmente as cobras. Todavia, complementa-a com mamíferos de pequenas dimensões, anfíbios, insectos e moluscos consoante as oportunidades.
Reprodução
Na época reprodutiva desta espécie os machos emitem sons característicos e fazem voos picados repetidamente. A fêmea faz a incubação de um único ovo durante 35 a 40 dias entre os meses de Maio e Junho em ninhos construídos por si próprias sobre arbustos ou zonas escarpadas, ou então, em ninhos deixados por outras espécies. A cria mantém-se no ninho durante 60 a 80 dias sempre protegida pela progenitora tendo o pai a função de lhes fornecer o alimento.
Habitat
O melhor habitat para esta espécie é o bosque mediterrâneo mas também podem ser visualizadas em locais rochosos. Reside em qualquer área florestada que contemplem territórios abertos onde possa caçar.
Conservação
Em Portugal esta espécie tem o estatuto de “Insuficiente Conhecida”, porque tal como o nome indica, não existem dados suficientes acerca das suas características devido a esta ave ser estival no nosso país. Embora se possa encontrar abundantemente em determinadas regiões portuguesas a sua frequência maior é em França e no Sul e Este da Europa Central.
Curiosidades
As aves migradoras percorrem longas distâncias entre diversas partes do mundo a voar. Estas dirigem-se no Inverno para locais mais quentes, em busca de alimentos. Na Primavera voltam ao ponto de partida para fazerem o ninho e se reproduzirem, é bastante frequente voltarem ao mesmo local de onde tinham imigrado. A maioria das espécies tem rotas pré-estabelecidas para a migração e viajam mais ou menos dentro de um horário. Algumas ao migrarem voam perto do solo, enquanto outras, voam a 900 ou 1500 m de altitude, mas raramente mais alto. Os estreitos de Gibraltar e do Bósforo, na Turquia, são os dois locais mais importantes da Europa para a migração outonal das planadoras. Outras rotas secundárias são: o chamado corredor do Mediterrâneo central, entre a Sicília e o cabo Bon, na Tunísia, e a região de Sagres, em Portugal. Está estimado que todos os anos migram através de Sagres entre mil e duas mil aves planadoras. Pensa-se que a maioria das espécies são provenientes da Península Ibérica mas algumas vêm também do Norte da Europa. A Circaetus gallicus é uma das espécies mais abundantes.
FOTOS: WIKIMEDIA COMMONS