Poupa | Terras de Sicó

A Upupa epops distribui-se pela Ásia centro-meridional, pela Europa e principalmente pela África. Em Portugal nidifica em território continental e na Ilha da Madeira.

A Poupa possui em comprimento de cerca de 30 cm e 44 a 48 cm de envergadura. Tem um bico comprido com 4 a 5 cm e ligeiramente curvado. Da parte superior da sua cabeça sai um tufo de penas erectas (crista ou poupa) de cor acastanhado com linhas pretas. Para além disso, o seu peito e dorso também são nesses tons, já o ventre é esbranquiçado e a cauda e as asas são pretas com linhas largas brancas.

É uma espécie migradora que vem para Portugal na altura da Primavera para se reproduzir e no final do Verão volta para a África Oriental onde é mais quente. Pode fazer essas deslocações sozinha ou em bandos. O seu voo é silencioso, laborioso e irregular. O seu canto é composto por monótonos "uup, uup, uup" repetitivos, bem conhecidos por quem vive no campo, que são ouvidos nas manhãs da Primavera.

Alimenta-se principalmente de insectos.

Reproduz-se entre Abril e Junho, faz a postura no ninho construído em cavidades de árvores, edifícios ou rochas. Geralmente põem aproximadamente 5 a 8 ovos de tons acizentados. A incubação demora 16 a 19 dias. Normalmente têm o costume de fazer os ninhos nos mesmos locais quando as condições assim o permitem.

As Poupas habitam áreas de bosques, charnecas, zonas agrícolas e arborizadas. Mas privilegia as áreas abertas com zonas de solo descoberto e de herbáceas pequenas onde seja fácil encontrar alimento.

A Poupa é considerada como uma ave “Não Ameaçada”, visto apresentar alguma abundância ao longo da sua área de distribuição. Apesar de em Portugal não existirem estudos científicos acerca do estado desta espécie, sabe-se que no resto da Península Ibérica que se registam as maiores densidades populacionais. Sendo por isso uma região muito importante na conservação da espécie.

A Upupa epops é uma ave conhecida tanto pela sua beleza como pelo seu odor característico. Os seus ninhos são relativamente fáceis de encontrar pelo cheiro fétido que emana. Esta situação deve-se ao facto de as crias defectarem na parte posterior do ninho e apesar da progenitora tentar limpar os dejectos à medida que as crias crescem, vai sendo mais difícil de alcançar esse objectivo. Por outro lado, este mau cheiro revela uma estratégia de defesa contra os predadores. Esta espécie desenvolveu uma glândula uropígial situada na rabadilha que produz um líquido de aroma pestilento, impedindo assim, a aproximação por parte dos seus predadores.
Devido a esta sua estratégia de sobrevivência a espécie ganhou fama de malcheirosa entre as comunidades rurais. Daí que em algumas regiões da Europa a expressão “cheirar mal como uma Poupa” seja considerada insultuosa. Na Galiza o nome comum desta espécie é “Galo merdento” ou “Galo porco” denunciando o seu peculiar mau cheiro.

Fotos: WIKIMEDIA COMMONS