FaunaRaposa

Nome Comum: Raposa

Nome Científico: Vulpes vulpes

Família: Canidae

Distribuição

Esta espécie possui uma área de distribuição muito ampla. Dos países europeus só não existe na Islândia. Foi introduzida na América do Norte e na Austrália. Observa-se em toda a Península Ibérica e em Portugal encontra-se espalhada por todo o país.

Descrição

A raposa é o mamífero mais doméstico de médio porte da fauna bravia portuguesa. Com um comprimento que vai desde os 50 aos 90 cm, uma cauda vistosa, muito peluda com aproximadamente 40 cm de comprimento e um peso entre 4 a 7 Kg. Sendo as fêmeas ligeiramente mais pequenas que os machos. A sua cabeça é pequena, mas o seu focinho é esguio e comprido e as orelhas são longas, erectas e pontiagudas. O seu pêlo é de cor castanho-avermelhada, sendo mais curto e claro no Verão e no Inverno maior e mais escuro. Mas a zona do peito, da garganta e do abdómen é branca, assim como, a ponta da sua cauda. As suas patas possuem garras não retrácteis.

Comportamento

A Vulpes vulpes é preferencialmente nocturna e crepuscular. É um animal pode ser solitário ou ser gregário. Nos meios pobres em alimento são geralmente solitários, mas, nos ricos em alimento vivem em comunidade durante todo o ano. Este grupo é composto por um macho e uma fêmea dominantes com outros indivíduos da espécie que participam na educação dos elementos mais jovens. Na busca de alimento pode percorrer cerca de 50 Km². As raposas num só dia, dentro da sua área vital que é entre 1 a 5 Km², podem percorrer entre 3 a 14 Km. Os machos mais jovens dispersam-se mais que as fêmeas, contudo, estas distâncias variam conforme as condições do habitat. O seu território é marcado com marcas odoríferas. Abriga-se em tocas subterrâneas deixadas por outros animais ou então escava-as ela própria.

Alimentação

A raposa é uma predadora generalista e oportunista não desperdiça qualquer tipo de alimento. Come desde coelhos, ou ratos, ouriços, escaravelhos, gafanhotos, perdizes, pássaros, répteis, anfíbios, ovos, frutos silvestres, etc. Quando o alimento natural escasseia costuma recorrer ás áreas humanizadas, indo à procura de animais domésticos, resquícios de alimento nas lixeiras e até aproveitar animais mortos por atropelamentos. Nos períodos de maior abundância de alimento costumam armazenar a comida, enterrando-a, para consumir nas alturas menos abastadas.

Reprodução

A sua época de reprodução acontece entre Dezembro e Fevereiro. Têm uma ninhada por ano, na altura da Primavera, a gestação demora 52 dias de onde nascem cerca de 4 a 6 crias, sendo estas surdas e cegas à nascença e com muito pêlo escuro. O macho reparte as tarefas com a progenitora a nível da criação e educação das crias, que se encontram protegidas em tocas. Ao fim de 3 a 5 meses tornam-se animais independentes. Podem viver cerca de 9 anos.

Habitat

Esta espécie existe um pouco por todos os habitats devido à sua grande capacidade adaptativa ao meio ambiente. Tanto pode aparecer em locais planos, como montanhosos, em áreas cultivadas e maciços florestais. Todavia, o seu habitat ideal é as zonas agrícolas fechadas por matagais e florestas, pois encontra reunidas neles, todas as condições necessárias à sua existência.

Conservação

Em Portugal esta espécie aparece por todo o lado. Apesar de não existirem estudos concretos acerca da sua abundância, verifica-se que é uma espécie muito comum. O aumento do número populacional deste animal deveu-se em parte, à eliminação de alguns dos seus predadores naturais, tais como, a águia-real, o bufo-real, a açor, o lince e o lobo. Este aumento do efectivo favorece-a bastante como espécie cinegética, pois pode ser caçada sem restrições legais. No nosso país tem o estatuto de “Não Ameaçada”.

Curiosidades

A raposa é um mamífero muito astuto, tem uma audição e um olfacto muito apurados, conseguindo detectar roedores a 200 m de distância e animais maiores a 400 m. As vocalizações da raposa são variadas, podem emitir latidos, silvos, grunhidos e um prolongado “auuuuu” que geralmente têm a função de alertar as crias por qualquer perigo.
Apesar de ser da família Canidae e apresentar semelhanças de hábitos alimentares e técnicas de caça aos canídeos, devido a uma evolução convergente, a raposa desenvolveu características anatómicos que a aproximam dos felinos, como é o caso da pupila vertical, das unhas parcialmente retráteis e da utilização da cauda para o salto. Para além disso, as raposas graças à pressão cinegética exercida sobre elas passaram a ser capazes de se reproduzirem antes de alcançarem 1 ano de idade, para assim, assegurarem a sua espécie.

Fotos: WIKIMEDIA COMMONS