FaunaSalamandra-comum

Nome Comum: Salamandra-comum

Nome Científico: Salamandra salamandra

Família: Salamandridae

Salamandra-Comum
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Distribuição

A Salamandra distribui-se pela Europa central e meridional, a noroeste de África e na Ásia Menor. Depois ao nível da Península Ibérica é uma espécie presente nas zonas mais húmidas. Em Portugal e no norte de Espanha é um urodelo que apresenta uma distribuição quase sempre contínua.

Descrição

Anfíbio com cauda (urodelo) que pode atingir os 30 cm de comprimento. No estado adulto a cor do seu corpo é negra com manchas amarelas, mas, um pouco antes da sua metamorfose, algumas larvas já possuem pequenas manchas amarelas que contrastam com o seu fundo preto. Esta metamorfose dá-se aquando a passagem do meio aquático (estado larvar) para o meio terrestre. Enquanto larvas têm somente 1/6 do comprimento no estado adulto, possuem brânquias plumosas (mais ou menos desenvolvidas consoante menos ou mais oxigénio dissolvido na água, respectivamente) que ficam bastante reduzidas quando transitam para o ambiente terrestre, para além de, terem uma mancha clara na zona de inserção de cada membro com o tronco que é a característica que as distingue.

 

Alimentação

As larvas alimentam-se principalmente de pequenos crustáceos e insectos aquáticos, mas também podem ingerir larvas de outras espécies. Quanto aos adultos, estes alimentam-se de escaravelhos, moscas, mosquitos, formigas, caracóis, lombrigas, aranhas, centopeias e lesmas

Reprodução

Esta espécie, distingue-se no nosso país por ser a única a apresentar uma reprodução ovovivípara. O período reprodutivo encontra-se entre os meses de Setembro a Maio, porém, podem existir outras duas fases (Outubro a Novembro e fim do Inverno e início da Primavera). O acto reprodutivo dá-se aquando o macho se agarra à fêmea com os membros anteriores e liberta um espermatófito (estrutura de forma piramidal que contém os espermatozóides) e a fêmea o recolhe com os lábios cloacais. O número de ovos postos pela fêmea pode variar desde 20 a 80. Ao nascer as larvas são independentes dos seus progenitores e têm neste estado uma longevidade de 1 mês a 1 ano. Depois em adultos podem alcançar os 30 anos de idade.

Habitat

Na Península Ibérica podem encontrar-se em habitats de matagais mediterrânicos, mas a sua preferência vai para as florestas com árvores de folha caduca. Podem visualizar-se facilmente durante a noite na beira de caminhos e quando o tempo está húmido. Quando isso não acontece vão para esconderijos, tais como, debaixo de pedras e troncos que mantenham a humidade. As larvas encontram-se em locais com água, como ribeiros e charcos.
Em Portugal, existem por todo o país, mas são mais abundantes na zona norte do país, por isso, o seu estatuto de conservação é de uma espécie não ameaçada. Todavia, existem algumas factores que ameaçam mais ou menos a sua abundância, como é o caso, da diminuição das zonas húmidas, do aumento da poluição dos lençóis freáticos, do aumento dos incêndios florestais, da utilização desenfreada do solo para a agricultura, e em especial do comportamento dos humanos.

Conservação

Esta espécie encontra-se bastante abundante em Portugal, desse modo, ainda não apresenta nenhum estatuto de conservação.

Curiosidades

Os padrões apresentados por cada salamandra são únicos, tal como as impressões digitais nos humanos.
A dimensão do território dos machos é de cerca de 100 m² e é normal presenciar lutas entre os machos para o defender, o comportamento que anuncia isso é a inclinação da cabeça para trás. Já as fêmeas deslocam-se por maiores distâncias, pois necessitam de chegar às zonas húmidas para pôr as larvas. Quanto aos juvenis, estes numa só noite podem percorrer 1 Km de distância. Durante o período estival as salamandras entram em letargia enterrando-se no solo.
Estes animais na Antiguidade eram muito famosos por as suas cinzas cicatrizarem as úlceras. Actualmente, em determinados locais ainda são considerados óptimos vermífugos, enquanto que noutros, servem de antídoto para as feridas das serpentes.
Pensa-se que a sua mordedura é venenosa, o que é verdadeiramente errado, pois, a única defesa que possuem é uma secreção cutânea esbranquiçada e viscosa que provoca irritação ao nível ocular e quando ingerida pode causar alucinações e má disposição.


Fotos: WIKIMEDIA COMMONS