FaunaSapo-comum

Nome Comum: Sapo-comum

Nome Científico: Bufo bufo

Família: Bufonidae

Distribuição

Tal como o seu nome indica é uma espécie comum em Portugal, principalmente nas áreas mais húmidas. Depois é também residente na parte setentrional da Eurásia e no Norte de África

Descrição

Este sapo caracteriza-se principalmente por ser um anfíbio sem cauda, ou seja, um anuro. Pode atingir um comprimento entre os 15 e 20 cm. Os seus olhos são esbugalhados, a pupila é horizontal e a íris do olho é vermelha. A sua pele é rugosa de cor variada, desde acastanhada, a amarelado ou escura. A zona do ventre é amarela-esbranquiçada. Possui quatro membros robustos, adaptados aos saltos, onde os anteriores apresentam 4 dedos, enquanto que, os posteriores têm 5 dedos com membranas interdigitais que facilitam a nadar. Os machos têm a particularidade de serem mais pequenos que as fêmeas. Os girinos são minúsculos com apenas 3,5 cm de comprimento, os seus olhos localizam-se dorsalmente são de cor escura com membranas caudais translúcidas.

Comportamento

Estes animais podem ser encontrados à beira de estradas em caminhos e perto de linhas de água com maior frequência ao anoitecer, pois é a altura em que está mais fresco. Mas quando está mais húmido também se podem visualizar durante o dia, assim como, na altura de reprodução. Os girinos só são observáveis nos troços dos ribeiros e nos charcos.

Alimentação

A comida habitual destes anfíbios é os insectos mas também gostam de caracóis e vermes.

Reprodução

Durante a época reprodutiva esta espécie altera as suas morfológicas, demonstrando rugosidades escuras nos 3 dedos mais internos da mão, sendo por isso, facilmente detectável esta fase. Durante o acasalamento, o macho agarra a fêmea pelo dorso. Esta produz cerca de 2000 a 7000 ovos que são fecundados externamente, através do esperma lançado pelo macho. Esta fecundação ocorre em locais húmidos, tais como, charcos profundos, bordos do rio ou pântanos, onde os ovos dispôstos em cordões gelatinosos são fecundados. Estes eclodem ao fim de 5 a 15 dias depois da postura e a fase larvar demora 2 a 4 meses.

Habitat

O sapo-comum habita diferentes habitats. Pode ser encontrado em locais húmidos ou secos, zonas com vegetação densa ou com pouca vegetação, em áreas humanizadas e em meios naturais. Enquanto larvas habitam os meios aquáticos, depois em adultos metamorfoseiam-se para ambiente terrestre, voltando novamente ao meio aquático na época reprodutiva em que se verifica que estes optam pelos mesmos locais de postura, no qual chegam mesmo a percorrer quilómetros se necessário para alcançar esses locais.

Conservação

No nosso país esta espécie tem o estatuto de “Não Ameaçada”. No entanto, entra na lista do Anexo III da Convenção de Berna. Outrora esta espécie era frequente, porém, tem vindo a diminuir devido a vários factores, tais como, a acção do Homem no meio ambiente, como por exemplo, a modificação do seu habitat e das zonas de reprodução. Depois também os atropelamentos, os predadores, tais como, as aves de rapina, as cobras-de-água e as víboras são elementos que provocam o declínio das suas populações.

Curiosidades

Apesar de serem animais desgostados pela maioria das pessoas por não apresentarem características de beleza, são muito importantes na agricultura, pois, alimentam-se de outros animais que geralmente prejudicam as culturas agrícolas e causam prejuízos aos agricultores. Contudo, existem pessoas menos informadas que costumam persegui-los e espetá-los em canas para servirem de espantalhos, pois julgam que os outros sapos ficam com medo e portanto, se afastam. Quanto a um seu predador, a lontra, possui uma estratégia muito curiosa para o apanhar, que consiste nomeadamente em virar o sapo ao contrário para não contactar directamente com as toxinas existentes na sua pele.

FOTOS: WIKIMEDIA COMMONS