
Local de início e final de percurso Aldeia de Poios
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9 kmDistância
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CircularTipo de percurso
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4 hDuração
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381/160 mAltitude máx/min
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Fácil/MédioEscala de Dificuldade FCMP (I a V)
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Do Outono à PrimaveraÉpoca Aconselhada
O imponente vale do Poio manteve até agora os seus encantos resguardados devido à inacessibilidade e inospitabilidade destas paragens, sendo apenas do conhecimento dos pastores e uns poucos aventureiros. Afortunadamente, uma fauna selvagem pouco comum, como o bufo-real, o peneireiro e o andorinhão-real (Apus melba), aqui encontrou abrigo suficientemente seguro.
É um dos maiores canhões fluviocársicos portugueses, formado por grandiosas vertentes escarpadas, que outrora a água escavou e modelou.
Junto à capela da aldeia, começamos por subir pela estrada de asfalto, do lado direito desta. Seguimos sempre por este lado até acabar o asfalto – logo à frente.
Ainda pela direita continuamos pela estrada de baixo, em terra, ladeada por muros de pedra.
Agarradas aos muros crescem as silvas que no Verão proporcionam-nos saborosas amoras.
Ao longo deste caminho estabelecem-se olivais e campos agricultados, com milho, sobretudo. De vez em quando, encontramos algum pilriteiro de grandes dimensões do lado direito.
Também deste lado vemos a aldeia de Poios.
A marginar esta estrada estreita encontramos troviscos, cistáceas, arrudas e carrascos.
Ao fim de alguns minutos chegamos a um pequeno largo/bifurcação. Continuamos para esquerda.
Crescem, também aqui, alguns arbustos como a aroeira e o sanguinho-das-sebes.
Logo à frente a estrada estreita ainda mais e passa a ser apenas um carreiro que, durante alguns metros, segue ao longo de um pinhal.
O caminho é agora muito pedregoso.
Passamos junto à placa de madeira que diz “Canhão do Vale dos Poios”.
Vamo-nos aproximando da entrada do vale.
Muitas roselhas atapetam a nossa encosta.
Um pouco à frente somos surpreendidos por uma paisagem de aspecto agressivo - um vale imenso, profundo e de encostas escarpadas - que pouca vegetação sustenta.
Escalada
Alguns dos desportos ditos “radicais” têm (por inconsciência) um efeito pernicioso para a vida selvagem. Por isso, exige-se uma legislação mais atenta a estes novos problemas. A escalada é um bom exemplo disso. Esta não deverá ser praticada durante a época de cria, de Janeiro a Julho, das aves rupícolas (aves que nidificam em rochas). Curiosamente, as escarpas eleitas por estas aves para criarem (pela sua inacessibilidade) são igualmente as favoritas dos escaladores. Também se deverá condicionar a abertura de novas vias de escalada e realizar acções de educação ambiental a par de uma fiscalização rigorosa junto dos praticantes destas modalidades. Por exemplo, foi aberta uma via de escalada que passa mesmo junto do único sítio onde o bufo-real nidificava no Vale do Poio, o que provocou o seu imediato abandono.
Neste canhão fluviocársico a água só corre superficialmente em anos excepcionalmete pluviosos, brotando através de várias exsurgências, quando os caudais que fluem pelas galerias hipogeias engrossam demasiado.
A certa altura o carreiro passa a ser empedrado, como se o homem tivesse disposto estas lajes de modo a facilitar a caminhada.
Algumas oliveiras ainda sobrevivem no leito do vale.
Vêem-se, nas encostas, alguns focos de erosão.
Vamos descendo e o vale descreve uma curva para a esquerda.
Aqui vêem-se algumas oliveiras, que arderam há bastante tempo e agora são apenas troncos carbonizados e despidos de vida.
Seguimos o carreiro por entre um mar de fetos-macho.
Um pouco à frente passamos por uma cavidade na rocha (um local assediado pela visita do homem que se reflecte nos detritos deixados por este).
Continuamos junto à escarpa avançando.
A certa altura temos que atravessar a floresta de fetos, que nalgumas zonas são da nossa altura, e continuar ao longo do lado direito do vale.
Este vai estreitando e a sua imponência diminui gradualmente.
Também termina o mar de fetos e caminhamos agora por cima de muita pedra.
O caminho serpenteia por entre uma diversidade de espécies arbustivas: pilriteiros, sanguinho-das-sebes, aroeiras, murta, urze-branca, jasmineiro-do-monte e muitos carrascos. Também aparecem vários folhados.
Logo acima esta densidade arbustiva diminui dando lugar a restos carbonizados de vegetação.
A certa altura temos que subir pela direita para atingirmos o socalco superior.
Continuamos a caminhar em frente, ao longo de um terreno agrícola e acabamos por apanhar uma estreita estrada apenas utilizada como um acesso aos terrenos cultivados. Esta encontra-se ladeada por densas sebes que quase a tapam.
Sempre por esta estrada vamos acompanhando vários campos de milho.
Ao fim de longos minutos atingimos outra estrada, mais larga, junto a uma “casota” de tijolo e cimento.
Seguimos agora pela esquerda.
A estrada começa a subir ao longo de um pinhal.
Pouco depois surgem algumas casas e entramos na aldeia de Mocifas de S.º Amaro.
A estrada é agora de asfalto.
Logo a seguir à capela viramos à esquerda e depois, em frente, saímos do asfalto e subimos sempre até sairmos da aldeia.
A estrada é larga, ladeada por muros de calcário e carvalhos.
Um pouco à frente chegamos a um cruzamento. Dois espigueiros do lado direito. Continuamos por este lado.
Sempre em frente, pela estrada principal, passamos pelas linhas de alta tensão.
Percorremos uma paisagem dominada por olivais e muros de pedra.
Voltamos a subir e chegamos a Covão das Favas, uma pequena localidade.
Pisamos o asfalto e seguimos à direita.
Logo acima, junto a umas alminhas, subimos em terra pela esquerda.
Uns metros depois voltamos a pisar o asfalto e continuamos pela esquerda.
Chegamos ao cimo, onde existe um restaurante do lado esquerdo e as antenas de rádio e o vértice geodésico da Estrela (398 m) do lado direito.
Seguimos em frente e começamos a descer agora em terra batida.
Logo abaixo vamos pelo caminho da esquerda que nos permite passar junto à capela da Sr.ª da Estrela.
A estrada desce acentuadamente com um piso de areão.
No fundo do vale vemos uma dolina, que possui sempre água, fornecendo abrigo a rãs, tritões-marmorados, libélulas entre outros pequenos seres.
Atingimos a outra estrada que também descreveu uma descida desde a Sr.ª da Estrela.
Continuamos pela esquerda ainda a descer (agora suavemente) e passamos pela dolina.
Daqui debaixo é possível vermos toda a extensão da escarpa da Sr.ª da Estrela.
Vêem-se oliveiras pelas encostas e no fundo do vale que percorremos.
Logo depois entramos na aldeia de Poios. O piso é de asfalto.